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Evora S instiga todos os sentido

















Equilibrado e eficaz, modelo da Lotus é sinônimo de diversão

Sevilha/Espanha -
Apresentado no Salão de Londres de 2008, e com o as vendas iniciadas em agosto do ano seguinte, o Evora foi uma das mais aclamadas criações da Lotus nos últimos anos, tendo vendido cerca de 1.300 unidades desde o seu lançamento. No último mês de setembro, no Salão de Paris, a marca fundada por Colin Chapman mostrou ao mundo uma versão ainda mais agressiva do seu 2+2 (ainda que os dois lugares traseiros sejam praticamente simbólicos e opcionais), denominada Evora S.

Esta variante é capaz de reforçar a afirmação da Lotus de que, apesar de ter revelado nada menos do que cinco novos modelos previstos para debutar nos próximos anos, o Evora continuará sendo determinante para a sua atividade e será fabricado por muitos anos entre o Elise e novo Elan (previsto para 2013).

Visualmente são pequenas as diferenças entre o Evora S e a versão de acesso. As alterações mais notáveis são o novo difusor traseiro e a dianteira ligeiramente redesenhada, onde estão novas entradas de ar. O habitáculo manteve-se inalterado, mas a lista de equipamentos de série foi reforçada. O modelo passa a incluir o sistema DPM (controle eletrônico de estabilidade com diversas funções), pacote Sport (inclui discos perfurados e ventilados, difusor traseiro e o modo Sport), sistema de escape esportivo, caixas dos espelhos retrovisores pretas e caixa de velocidades Sports Ratio.

Entre os novos opcionais, destaques para a câmara de estacionamento traseira, as maçanetas das portas na cor da carroceria, os espelhos rebatíveis eletricamente e as várias rodas de diferentes desenhos. Há ainda o pacote Tech, que inclui cruise-control; ligações Bluetooth e mp3; sensores de estacionamento traseiros; sistema de monitorização da pressão dos pneus; subwoofer e amplificador adicional para o sistema de som; controle remoto de dispositivos por radiofrequência e tela de 7 polegadas sensível ao toque, que controla as funções dos sistemas de áudio, navegação e vídeo e serve ainda de tela da câmara de estacionamento traseira. O pacote Premium traz interior com revestimento de couro ou material sintético denominado SuedeTex,  além de bancos aquecidos e iluminação ambiente reforçada.



ARGUMENTO DE PESO


Construído sobre o chassi modular que serve de base para todos os modelos da emblemática marca britânica, o Evora S tem motor que respeita às normas Euro 5. Mantém-se o conhecido V6 de 3.5 litros com distribuição variável VVT-i de origem Toyota, reforçado por um compressor volumétrico Harrop HTV 1320 do tipo Eaton, que permite a unidade debitar 350 cv a 7 mil rpm. Na comparação com o Evora “normal”, a potência aumentou 70 cv e o torque 5,0 kgfm.

Outras características relevantes do propulsor são a gestão eletrônica T6 da própria Lotus, o sistema de refrigeração por óleo melhorado e o novo sistema de escape com dois circuitos silenciadores, controlado por uma válvula que, acima das 4.700 rpm, se abre para reduzir a contrapressão, permitindo a geração de mais potência. Instalado transversalmente em posição central traseira, o V6 é assistido por um câmbio manual chamado Sports Ratio, que tem por base uma transmissão Toyota EA60. A caixa recebeu várias adaptações, que melhoraram seu nível de vibrações e o esforço do condutor na sua operação, assim como uma nova embreagem, que agora suporta o incremento do torque.

Com um peso de 1.437 kg, e uma relação peso/potência de 4,1 kg/cv, o Evora S anuncia 277 km/h de velocidade máxima e apenas 4,8 segundos para cumprir o zero a 100 km/h. O consumo combinado é de 10 km/l e as emissões de CO2 não passam as 235 g/km.  
   

CONTROLE REFORÇADO

Para lidar com o nível superior de desempenho do Evora S, o chassi sofreu importantes melhorias. Por conta disso, a Lotus diz que o modelo passou a usufruir de uma direção com resposta mais linear e maior sensibilidade no ponto central, além de maior estabilidade direcional e  um menor rolamento da carroceria em curva.

Dentro do Evora chama a atenção a posição de dirigir baixa e envolvente. O pedal de embreagem é desviado para o centro, o que atrapalha um pouco. De uma forma geral, o corpo é forçado a adotar uma posição pouco natural devido à inexistência de um apoio para o pé esquerdo, este é obrigado a ficar atrás do pedal de embreagem.

Ao sair da inércia, é fácil perceber alguns aspectos muito melhoráveis do Evora S, como a caixa de velocidades, indigna de um automóvel deste calibre. Além de ser ríspida, é muito pouco consonante com o potencial prestacional e dinâmico do veículo, devido à sua lentidão e reduzida precisão. É necessário que o condutor “lute” para obter um resultado minimamente satisfatório, principalmente em marchas reduzidas.

  


DIGNO DE ELOGIOS


Depois destes inconvenientes sobram elogios para o Evora S, que brinda o seu condutor com aquele "feeling" típico e único dos Lotus da nova geração – sendo este modelo o mais convincente deles todos. A direção é muito boa, sempre bastante direta, precisa e comunicativa, ao passo que os freios têm potência o bastante para imobilizar com eficácia o veículo em qualquer circunstância e seja qual for o ritmo que se decida imprimir.

O motor, além de uma sonoridade entusiasmante (e em que a presença do compressor volumétrico passa praticamente despercebida neste ponto, apesar de ser fundamental sua contribuição em relação ao desempenho), prima por ser “redondo”, devido à sua curva de torque bastante plana e a uma entrega de potência muito linear. O que se traduz numa resposta rápida às solicitações do acelerador em quase todas a situações, e mais ainda quando o modo Sport está selecionado.

Digno de elogios é, igualmente, quando não principalmente, o comportamento dinâmico. O peso reduzido e bem distribuído e a suspensão evoluída são fatores que contribuem decisivamente para que o Evora S esteja em condições de oferecer ao seu condutor uma condução sempre emocionante.

E se todas estes pontos são destaques em estrada aberta, a condução em pista só serve para deixar claro o melhor e o pior do Evora S. A caixa de velocidade é a "vilã" com todas as suas limitações. Em compensação, ao nível do comportamento, são nestas circunstâncias que o Evora S parece sentir-se mais à vontade: sempre muito previsível, honesto e comunicativo, nas zonas mais rápidas como nas mais sinuosas. O modelo exibe um precioso equilíbrio entre potência, aderência, agilidade e eficácia.

De fato, graças à dinâmica exemplar e a estética deliciosa, o Evora S acaba por ser um presente para todos os sentidos. Algo que na Europa custa 95.800 euros (99.300 euros na versão 2+2), ainda assim, um valor aceitável para tudo o que é oferecido.







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